O vento passou e levou o tempo e arrastou com todas as folhas que ainda restavam em um daqueles galhos que vejo...via, pois o tempo não tem tempo, ele simplesmente atropela quem no seu caminho está.
Cá estava em minha tranquilidade interior quase estática, imóvel meu coração, batia devagarinho...tinha uma pequena sensação de que iria parar. Eis que a ventania entrou trazendo o tempo, derrubou com tudo fez bagunça, descabelou, fez sorriso fez lágrima, saiu sorrateiramente pelos fundos, quando dei por mim estava em meio a rugas a mágoas sem aromas...definhando em solidão.
O vento se foi...deixou o tempo que tratou por passar mais rápido que minha vida, quando meus olhos enfim puderam ver este tempo passado, com horror as lágrimas rolaram pela face machucada. Uma das folhas que havia em outro tempo sido arrastada pra longe estava de volta ao seu galho pelado, depenado por este tal vento/tempo num sorriso triste dei-me por conta que logo minha face volta a se recuperar e o tempo perdoa pelo vento ter passado depressa por aqui, dei-me conta que logo logo o tempo volta trazendo um vento bom, vento de primavera, vento das flores, vento do amor, vento do sexo livre, vento do despudôr, vento da boca aberta, vento da folha que volta e vai, vento do meu riso que fica, vento da tua boca na minha, vento do bem leve estar...
O vento e o tempo fazem as pazes na primavera, e loucamente brincam com os corpos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário