Lentes mágicas!

Meus óculos são mágicos ou os santos conspiraram pro céu mais lindo do mundo acontecer naquele fim de tarde...Um fim ardente no horizonte

um fim foto nas lentes...

um fim de tarde visto por lentes marrom.

E quando há...espera.

faz-se nada, pensa pouco, fala nada

quase não respira, porque não se escuta, você quase morre por segundos

então o relógio pára não se move, porque nada acontece...nada

até seu lápis não vive...assim como você.

Chuva...

Belas gotas, abençoadas gotas caem agora neste instante do céu, se desmanchando na terra, fazendo lama, fazendo água, trazendo frescor...levando meu amor
Malditas gotas, caem agora para molhar meu amor, para afastar meu amor, desmanchando com o toque, fazendo estragos, trazendo saudade...tomar banho com meu amor
Belas gotas, caem pela tua face eu lambo beijo, me desmancho no teu molhado corpo, fazendo prazer, fazendo suspiros, trazendo-te bem perto bem dentro...irei até meu amor
Maldita chuva, me molhe que eu  seco, me arrepie que eu gozo, me traga que irei, me leve molhada suada pra minha amada...que serás belas gotas na minha face molhada.

Borboletiando loucamente...

é que esta alma perdeu-se de seu corpo
é que esta alma não quer um corpo
é que este corpo não tem mais alma
é que esta pessoa está feliz em não ter corpo
é que esta pessoa está feliz em ter alma perdida

Janice Rubim

Só essencial...

Porque é só agora, depois nada mais acontece, se não fosse o agora não viveríamos mais, perderíamos algo de essencial que vem na nossa cesta quando somos abandonados para que os lobos nos comam. Diz ali naquele bilhete que vem junto as crianças abandonadas mais ou menos assim.
Essencialmente este ser humano é carente, deficiente, frágil demais para esse mundo, nada de especial vem nele, mas tudo que quizeres podes embutir, faça com que ele absorva tudo tudo mesmo ele é capaz disso eu acho, só se previna para que não exploda em algum momento, e também diz algo sobre o amor mas isso são outros quinhentos, não li o meu bilhete.
E o essencial de nós abandonados é este sermos maiores e já fomos menores abandonados....e seremos velhos abandonados também, mas nada disso tem haver com nossa capacidade de não amar, quero dizer nossa "não capacidade", é só isso não podemos porque não sabemos então somos carentes, deficientes e blá...blá...blá. Nem ligamos! oquê fica em nós é cada vez mais puro, mais verdadeiro, só a nossa necessidade mais íntíma de sermos essenciais na vida de outro alguém.

Viu?

Que passa?
Ahh foda-se, passa que tenho dois olhos sedentos por ver outros e não posso!
Não podes?
Não, não quero achar olhos que matem os meus, tenho medo dos olhos alheios, não sei lê-los, não sei nunca como vê-los e isso se passa tão leve que acabo de conhecer olhos que querem devorar os meus...estou fugindo.
Você vem?
Poderia, mas já encontrei olhos para comer aqui onde estou.
E ficas aqui?
Sim, até que eu os termine com o brilho fico sim, depois parto em busca de novos olhos, novos brilhos. E tu segues fugindo?
Até que encontre um par desses que não são facéis de se ver, e que me comam antes de eu pensar se quero devorá-los vou fugir sim. Então nos cruzamos em alguns olhares dia desses e quem sabe te devoro por diversão.
Adeus!                                                                                

E a loucura te pegou!

Descobri! Oque me torna louca e me deixa fria. Minhas calças são curtas, descobri com pesar que tenho meus tornozelos vulneráveis ao vento frio que entra e fica, mas também coloquei meu par de tennis na janela e o pasto estava amarelo as árvores verdes, o céu azul meu tennis combinando, fico pensando será que levará um pouco de mim o ar nos meus pés, creio que me leve oque sobra, creio que me leve oque transborda, queria que me levasse, queria que meus tornozelos fossem azuis.
Minhas calças curtas são um sinal que minhas pernas são longas demais, não entendo como posso ser insana por ter tornozelos no alvo deste vento bom...bem bom é saber que uma parte de teu corpo está ali, pronta, crua, nua, do lado de fora de você. Colocarei uma calça comprida e direi para meus tornozelos: - Entrem logo que o vento ta frio!