Sabe que acabo de me dar conta que ninguém me lê, isso me feriu de tal maneira a ponto de desistir das letras, deixá-las voar em outros olhos, tais olhos estes que consigam deslumbrar-se ao ver estes belos pássaros selvagens a voar e acariciar estes olhos...azuis, verdes, castanhos, tristes. Meus olhos secaram, acho que nem eu mesmo posso me ler acho que as letras deixaram de ser pássaros selvagens em minhas mãos, tornaram-se iguais, ficaram presos, lamentável pensar que não tenho mais este cúmplice em meus dedos, pensar que a tinta das minhas idéias secou, pensar que meus dedos estão paralisados, meus olhos fechados, meu silêncio vazio.
Perdi meus pássaros, quem sabe reecontro eles quando outros olhos virem por aqui.